segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Elocubrações de ano - nem tão mais - novo

     Pois é, quem diria, não é verdade? Esta sou eu de volta. Não se sabe por quanto tempo, a regularidade da minha escrita não me deixa mentir, mas de qualquer forma, cá estou.
     Cara, o tempo passa. E passa! Aquela história de "o tempo não para"? Tudo verdade. De repente abri os olhos e, vejam só!, já estamos no final de Janeiro de 2011 (Lula, coitado, foi-se embora que nem vi). E eu não sei dizer exatamente se sou eu ou se é o mundo ou se sou eu e o mundo, mas tudo parece meio repetitivo quando a gente muda. E muda! Mas sabe aquela conversa dita por todos de "ano novo, vida nova"? Falando sério? Tudo mentira.
     Devo dizer até que me irrita um pouco essa hipocrisia generalizada (e saibamos, por favor, separar casos de casos, galhos de bugalhos) durante as datas comemorativas de final de ano. Promessas de uma vida melhor, mais saudável, gentil e sustentável. Até que ponto as resoluções de ano novo são mesmo resoluções ou apenas um costume, muito mais para desencargo de consciência que qualquer outra coisa? Não que eu seja contra qualquer demonstração de vontade de melhoramento próprio, muito pelo contrário, compreendo e, vá lá, até sou a favor; se as pessoas querem ser boas e tentar se redimir dos pecados cometidos, em especial ou apenas, em três épocas do ano (páscoa, natal e reveillon são as favoritas da galera) porque não, não é? Ao menos nessas três, a paz parece falar um pouco mais alto. A minha revolta é contra a limitação do pensamento de uma forma geral no que diz respeito a essa mudança de comportamento que é quase ilusória por ser temporária ou a espera desse tempo futuro próximo para se esforçar em ser mais humano. Quanta tolice, deus! Porque não hoje? Hoje faz um ano novo desde 24 de janeiro de 2010...
     As pessoas falam em "ano que vem eu vou..." fazer, acontecer, mudar, conseguir, brigar, fazer as pazes, dizer que amo, descansar, estudar... Ano que vem, caro leitor, com todo o respeito, não existe. E isso não tem nenhuma relação com o calendário maia e o anúncio do "fim do mundo" em 2012 (pra variar, mal interpretada por quase todos, vale o parêntese). O que quero dizer é que o tempo não existe (eu sei, eu sei, comecei o post dizendo que o tempo não para e agora digo que ele não existe - apelo mais uma vez para o bom senso de cada um) e os indivíduos, nós, continuamos esperando por ele (o tempo, que vem ou não, de acordo com meu raciocínio) para realizarmos o que há de ser realizado ou, até pior, nos realizarmos. É tão absurdo quanto acredito ser?
     Tá bom, eu sei... Faz parte do simbolismo do fim de ano, fechamento de um ciclo, início de outro... Olha... Quer saber?, acho que estou mais que pensando, estou elocubrando e é nessa hora que paro.
     Só queria dizer mesmo, queria que todo mundo lembrasse que cada dia é o primeiro dia de um ano que passou e que a gente tem de aprender a parar de esperar a segunda-feira para começar a dieta.