sábado, 7 de janeiro de 2012

Algo de bonito que ainda não se conheça.

     "...Não é o comum conhecido, visto, descoberto, despido; é o contrário do contrário, é o avesso do oposto exposto. Água transparente de mar no Sol brilhante, que guarda nas suas profundezas algo de bonito que ainda não se conheça..."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ano novo (novo?) de novo.

     Ah, resoluções de ano novo! Quando elas vão deixar de ser do ano que vem e ser do dia que é? As pessoas nunca vão cansar de fazer isso, não é? Promoter, eu digo, que daqui pra frente tudo vai ser diferente e a gente vai aprender a ser gente e que nosso orgulho não vale nada. Não é? Essa nostalgia/culpa pelos erros/vontade de mudar que parece tomar conta de todo mundo no mundo todo e todas as propagandas de banco que se tornam mais sentimentais do que já são (aliás, porque os comerciais dos bancos são tão profundas? Juro que em épocas de TPM já ensaiei umas lágrimas)... Natal e ano novo são datas fadadas ao amor ao próximo, em teoria, mas, na prática, quantos se sentem verdadeiramente tocados pelo desejo de um mundo melhor?
     Essa coisa de espírito natalino em fins de dezembro são como as cotas nas universidades públicas: mudanças necessárias, visto nossa sociedade desigual, mas temporárias, até que seja como deve. Assim, enquanto o governo dá educação de base decente igual para todo mundo (êta conversa batida...), é posta em prática uma medida que tenta dar uma maior oportunidade a quem não teve antes. Ok. Da mesma forma, enquanto a sociedade se reeduca para ser solidária e fraterna com o próximo doente ou carente, pedir desculpas e deixar orgulhos bobos de lado, dizer que ama como se fosse a última oportunidade, durante a sua existência, ela faz isso no último mês de um ciclo de doze. Ok? Tá...
     O problema surgiu quando o que era para ser apenas uma medida temporária se tornou um costume, as pessoas se acomodaram a ela e se esqueceram que existia um propósito maior por trás disso. Resolveram por achar que é o máximo ser 'bonzinho' nos finais de ano (apenas nos finais de ano) e acretitar que dá para se redimir pelo resto dele. Assim como nossos queridos dirigentes preferiram iludir que o sistema de cotas é a solução da ignorância, desigualdade e desemprego e fazem questão de mantê-lo sem se preocupar com a execução da segunda parte do plano, que na verdade é o plano em si.
     Ai, não sei... Me vejo cada dia mais desacreditada da capacidade humana de melhorar individualmente e em sociedade e isso me deixa muito triste. Mesmo. É tanta hipocrisia e falsidade e ódio, é tanto desamor... Passagens de ano são apenas passagens. E todo o resto que fica, fica como? Como pode? É tão simples amar, é tão bom... Vamos usar a cabeça, porque amar também é pensar. Vamos deixar a ignorância voluntária de lado. Repito o que escrevi há quase um ano, e só agora me dei conta de como são idênticos os textos, vamos esquecer as resoluções de ano novo, façamos resoluções de dia novo; é mais fácil planejar o que fazer em um do que em trezentos e sessenta e cinco. E mudemos, de fato. Por favor, obrigada.

Sério, não precisa tentar entender.

- Você disse azul?
- Sim.
- Mas isso é cinza...
- Eu sei. E por dentro é vermelho.
- Eu gosto de vermelho.
- É? Eu também.
- Agora, sim, azul.
- Não, não. Vermelho.
- Mas isso é azul...
- Eu sei.







Feliz ano novo!