sexta-feira, 28 de outubro de 2011

"Há algo tão inevitável quanto a morte, a vida."

Verdade seja dita... Há momentos em que não dá mesmo pra fugir dela.


Que bom!

Gel sólido

     "Gel sólido". Foi  que li um dia desses no hospital. Ironias da vida, pensei. Gel sólido, veja se pode. No meio da aula ninguém daria atenção à minha descoberta, aliás, ninguém me daria atenção por achar aquilo engraçado ou irônico. Pensando bem, ninguém diria coisa alguma em quaquer momento sobre isso, fosse aula ou não, por isso guardei o comentário, ou o fiz para mim mesma. Gel sólido... Achei graça disso.
     Me sinto alienada. Fora do mundo, fora do meu mundo que é fora do mundo "real". Me sentir muito dentro do resto do mundo o tempo todo me faz querer não estar nele, passar menos tempo nele, cada dia tenho menos paciencia para ele. Às vezes acho que isso tem mesmo um "quê" de autismo, personalidade antisocial... Bem que eles me avisaram. A verdade é que não lembro a útima vez que fiz um monte de coisa que adoro fazer. Parar para escolher e alugar um filme e poder riscá-lo da minha lista. Parar e ouvir um CD, mas um CD de verdade, de cabo a rabo, cantando, chorando e assustando qualquer um que se aproxime; cansei de ouvir apenas músicas soltas no carro. Parar para escrever, criar teorias sobre a vida e a bobice das pessoas e as minhas também (gel sólido e coisa e tal), ler blogs alheios, ler um livro que eu escolhi ler. Parar para dormir muuuitas horas seguidas (será possível, meu deus?). Parar de me importar. Parar mesmo (desabafos à parte). A minha vida acontece às avessas, quando o resto fica quieto por fora, me movimento por dentro.
     Onde toda a arte foi parar, aliás? Será que no corre-corre do dia-a-dia ela brincou de esconde-esconde e esqueceu de aparecer? Em que momento a paixão se perdeu? Quando a vontade de viver se des-inspirou? Os poemas, os bons filmes, as músicas que fazem você querer ouvi-las para sempre... Não há mais espaço para isso?, tempo? Quantas vezes mais vou perguntar por eles? Já estou me cansando dos meus questionamentos batidos. Já que as velhas respostas não vêm, por que não surgem novas perguntas? A gente não vai mudar mesmo?
     Os clichês são verdadeiramente agridoces. E devo admitir que tenho uma queda por coisas agridoces, vai saber porque. Por vezes praguejei contra eles, os clichês, é quase insuportável ouvi-los aos outros, a lição de moral entranhada em suas frases prostituídas; coisa mais chata, de velho. Mas é uma graça quando os enxergamos em nossa frente; parecem nos fazer cosquinhas, apontar nossas rugas, sussurrar "eu te disse". Como já escrevi aqui uma vez, quer mais verdade que o que dizem os clichês? Citei-os porque ia tratar da alienação da sociedade (em minha visão, o provável motivo da minha alienação e da minha insatisfação com isso), mas tudo tem um limite, certo? O limite do meu texto chega aqui e da minha capacidade de manter meus olhos abertos, também.
     Talvez a sociedade e eu, como produto-contribuidor dela ou não, sejamos um gel solidificado. Talvez a arte seja um gel em processo de solidificação. O que seria uma pena para os três. Mas o mais provável é que uma coisa não tenha nada a ver com outra e eu esteja viajando. Como sempre. E eu bem espero que seja assim.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quase

Nunca mais vim aqui e sinto falta disso.
Sinto falta de escrever.
Monologar comigo mesma e com vocês.
Dialogar monologando.
Escrever pelo semfim de pensar.
Pensar pelo semfim de viver.
Quase me esqueci de como isso é bom...

Quase.