quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Por mais espelhos quebrados e menos superstições.

     Floresci.
     Mais cedo pensei nessas palavras que mostravam o meu amor se transformar em amar. A semente virar flor. "Floresci", pensei. Como se de repente a coisa mudasse. Ora, mudasse eu. Mudei, sim. Mas não de uma hora para a outra. Tampouco de outra pra uma; as coisas precisam de um sentido.
     Enfim... Floresci e sorri por pensar nisso e por admirar a mim mesma num passado não muito distante. Era eu. Confusa e partida, desejosa de mim por inteira. Queria ser inteira e só via partes de mim. Cacos dos que restou da des reconstrução do meu ser. É que o espelho se sente inteiro, se estiver, mas não vê a si mesmo em pedaços, ele só vê seus cacos no chão quando se quebra.
     Hoje sinto meus cacos em mim (não todos, alguns valiam à pena serem jogados fora). Não vejo mais ao chão os pedaços do que queria ser e sei que sou outra coisa agora. O espelho virou mosaico e se preencheu de outras coisas além de si. O mundo é assim, não é? Diverso? Não somos nós parte do mundo? Não se sabe que o resto do mundo também deve fazer parte de nós? Ora, deveríamos ser mais que uma coisa só. Partidos somos melhores, dá espaço para mais.